Desenvolvimento da Ansiedade

O Papel da Família: Como os Laços Afetivos Podem Curar ou Ferir

A família é nosso primeiro modelo de mundo — é nela que aprendemos a nos relacionar, a lidar com emoções e a interpretar desafios. Mas quando esse ambiente é marcado por exigências excessivas, insegurança ou negligência, ele pode se tornar um terreno fértil para a ansiedade.

Neste artigo, você vai entender:
✔️ Como dinâmicas familiares disfuncionais contribuem para a ansiedade
✔️ O impacto da criação perfeccionista, superprotetora ou emocionalmente distante
✔️ Como identificar e ressignificar esses padrões na vida adulta


4 Dinâmicas Familiares que Alimentam a Ansiedade

1. Família Perfeccionista (“Só Amor por Alto Desempenho”)

  • Frase típica: “Você pode fazer melhor.”
  • Efeito: A criança internaliza que seu valor depende de conquistas, levando à ansiedade de desempenho e medo crônico de falhar.

2. Família Superprotetora (“O Mundo é Perigoso”)

  • Frase típica: “Não faz isso, você vai se machucar!”
  • Efeito: A criança cresce sem ferramentas para lidar com frustrações, desenvolvendo ansiedade generalizada e dificuldade em tomar decisões.

3. Família Imprevisível (Ambiente Caótico ou Violento)

  • Frase típica: “Hoje está tudo bem, amanhã não sei.”
  • Efeito: O sistema nervoso fica em alerta constante, predispondo a ansiedade crônica e hipervigilância.

4. Família Emocionalmente Negligente (“Falta de Espelho Afetivo”)

  • Frase típica: “Para de chorar, isso não é nada.”
  • Efeito: A criança aprende a reprimir emoções, que mais tarde emergem como sintomas físicos de ansiedade (taquicardia, insônia, etc.).

Como a Ansiedade se Mantém na Vida Adulta?

Esses padrões familiares criam crenças profundas que perpetuam a ansiedade:

  • “Preciso ser perfeito para ser amado.”
  • “Não posso confiar em ninguém.”
  • “O mundo é um lugar ameaçador.”

Na vida adulta, mesmo sem a família por perto, o cérebro continua seguindo o “roteiro” aprendido, disparando ansiedade em situações que remetem a essas feridas.


Quebrando o Ciclo: 3 Passos Terapêuticos

1. Reconhecer os Padrões

  • Pergunte-se: “Como minha família lidava com erros, conflitos e emoções?”

2. Separar Passado de Presente

  • “Essa ameaça que sinto agora é real ou é um eco da minha infância?”

3. Reprogramar com Autocompaixão

  • Substitua: “Tenho que fazer tudo certo.” por “Posso errar e ainda ser digno de amor.”

O Papel da Terapia

Em sessão, trabalhamos para:
🔹 Identificar quais dinâmicas familiares ainda te influenciam
🔹 Desenvolver novas formas de lidar com a incerteza
🔹 Construir segurança interna (independente da validação externa)


# Vem Conversar Comigo!

Se você percebe que:
🔹 Sua ansiedade tem raízes em padrões familiares
🔹 Repete comportamentos que aprendeu em casa
🔹 Quer se libertar desses ciclos

Agende uma sessão. Juntos, podemos reescrever a história que sua família começou, mas não precisa definir seu futuro.

💡 Você não é obrigado a carregar as feridas que sua família não soube curar. A terapia é o espaço para aprender a se cuidar de um jeito que talvez ninguém te ensinou.

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Psi Eduardo Felicio

Psicanalista desde 2006