Final do Ano

Tudo Acabou ou Está Só Começando? Uma Perspectiva Psicanalítica

“O ano não é um livro que se fecha, mas um rio que muda de curso.”

Dezembro traz uma dualidade peculiar: enquanto o mundo fala em “fim”, a psicanálise vê ciclos que se transformam, não terminam. Este artigo explora como viver esse limbo entre o que parece acabar e o que está apenas se reinventando.


Por Que Sentimos Que “Tudo Acabou”?

A sensação de finalidade vem de:
✔️ Narrativas culturais (“ano novo, vida nova”)
✔️ Culpa por metas não alcançadas (como se 1° de janeiro apagasse 364 dias)
✔️ Falácia do recomeço absoluto (ninguém vira outra pessoa à meia-noite)

Dado crucial: 78% das resoluções de ano novo repetem temas dos anos anteriores (Journal of Clinical Psychology).


3 Sinais de Que Você Está Vivendo um Falso Fim

  1. “Deixar para janeiro” (adiando continuidades naturais)
  2. Dramatizar fracassos (como se o calendário os condenasse)
  3. Esquecer que a vida é processo (não coleção de anos isolados)

Como a Psicanálise Entende as Transições Anuais?

  1. Os “eus” são cumulativos
    • Seu “eu” de 2024 não morre – torna-se substrato do que virá
  2. Rituais marcam, mas não cortam
    • A virada do ano é símbolo, não bisturi psíquico
  3. O inconsciente não conhece calendário
    • Traumas e padrões não respeitam 31 de dezembro

Exercício: Mapa da Continuidade Secreta

  1. Liste:
    • 3 coisas que parecem acabar (mas continuarão em nova forma)
    • 3 começos disfarçados (fins que são na verdade germes)
  2. Conecte com linhas:
    • Ex.: Demissão (fim) → Liberdade para recriar carreira (começo)

5 Perguntas Que Revelam Começos Ocultos

  1. “O que este ano plantou sem eu perceber?”
  2. “Que morte aparente esconde um renascimento?”
  3. “Quem eu me tornei contra minha própria vontade?”
  4. “Que sementes reguei pensando que eram flores?”
  5. “O que preciso honrar antes de seguir?”

#VemConversarComigo

Se você:
🔹 Sente o peso de “tudo ou nada” no fim do ano
🔹 Tem medo que 2025 seja só repetição
🔹 Quer aprender a ler entrelinhas entre os anos

Agende uma sessão. Vamos:

  • Descobrir fios invisíveis ligando seus “fins” e “começos”
  • Criar rituais de passagem que honrem continuidades
  • Transformar a angústia do fim em curiosidade pelo processo

“Nenhum ano acaba. Alguns se tornam raízes, outros folhas – mas a árvore continua.”

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Psi Eduardo Felicio

Psicanalista desde 2006