Quando Perdemos o que Não Era (Só) Pessoa
“Algumas perdas não têm velório, mas exigem lágrimas.”
A sociedade reconhece o luto pela morte, mas como chorar um emprego perdido, um divórcio ou o futuro que desmoronou? Este artigo explora os lutos invisíveis que carregamos sem permissão para sofrer.
O Que é Luto Não Reconhecido?
São perdas que:
✔️ Não são validadas socialmente (“Era só um emprego, arruma outro!”)
✔️ Não seguem rituais de despedida (como um funeral)
✔️ Geram dor real, mas são tratadas como “frescura”
Exemplos comuns:
- Demissão após anos de dedicação
- Fim de relacionamentos não-marital
- Infertilidade ou projetos de vida adiados
- Mudanças corporais (envelhecimento, doenças crônicas)
Por Que Dói Tanto Quando Ninguém Entende?
- Falta de espelhos sociais – não há cartão de pêsames para quem perdeu um negócio
- Crença tóxica de que “só mortes merecem tristeza profunda”
- Sofrimento duplo – a dor da perda + a vergonha de sentir essa dor
Dado crucial: Pesquisas mostram que o luto por demissão pode desencadear os mesmos sintomas fisiológicos que o luto por morte.
Os 4 Estágios do Luto Invisível
| Fase | Sintomas | Armadilhas Comuns |
|---|---|---|
| Negação Social | “Não é nada demais” (minimizando a dor) | Isolamento emocional |
| Raiz Invisível | Irritabilidade sem causa aparente | Autopunição (“Eu que falhei”) |
| Ausência de Ritual | Sensação de “coisa pendente” | Comportamentos de substituição (ex.: workaholic pós-demissão) |
| Luto Congelado | “Já deveria ter superado” | Somatizações (dores inexplicáveis) |
Como Curar o que Não Pode Ser Dito? 3 Passos Psicanalíticos
- Crie Seu Próprio Ritual
- Escreva uma carta de despedida para o plano que morreu
- Faça um “funeral simbólico” (ex.: enterrar um objeto que represente o projeto)
- Nomeie o Não-Nomeado
“Estou de luto pelo meu cargo”
“Choro o filho que não pude ter” - Permita-se a Ambivalência
“Odeio que tenha acabado, mas também sinto alívio” – e tudo bem
O Divã dos Lutos Silenciados
Na análise, trabalhamos para:
🔹 Legitimar a perda (“Se dói, importa”)
🔹 Mapear as múltiplas camadas do luto (o emprego era também identidade, segurança, etc.)
🔹 Transformar “perdi algo” em “isso me transformou”
Caso real: Uma paciente que sofreu 2 abortos espontâneos aprendeu a honrar suas “mães-noturnas” (os filhos imaginados) – sua insônia crônica desapareceu.
#VemConversarComigo
Se você:
🔹 Guarda uma dor que “ninguém entenderia”
🔹 Sente que “não tem direito” a sofrer por essa perda
🔹 Quer aprender a fazer paz com os planos mortos
Agende uma sessão. Vamos:
- Dar nome ao luto que vive em segredo
- Criar cerimônias para o que não teve despedida
- Descobrir como carregar a falta sem ser esmagado por ela
“Algumas perdas não viram memória no Facebook. Viram cicatrizes na alma – e merecem ser cuidadas com o mesmo respeito.”